Quem tem a supremacia?

Os carros, é claro. Os grandes, SUVs, on e off road, tração nas quatro rodas, para fazer um safari na África, mas que são usados nos 525 km de congestionamento na hora do rush. Todos escuros com vidros escuros, pra ninguém enxergar dentro. Segurança, dizem, mas há controvérsias. Carro é status. Ponto.

Maiores, mas não tão poderosos, vêm os ônibus. Na faixa, são cortados pelos carros grandes que não podem esperar, surpreendidos pelos que esqueceram para que serve a seta. Saem da faixa, tiram finas, andam aos trancos, correm, tentando cumprir horários. Montanha russa urbana.

Na ordem, vêm as abusadas motos, se enfiam em qualquer espaço, se juntam quando ameaçadas, bufam aceleram, provocam enquanto pedestres inseguros tentam a travesar na faixa, como quem diz" Vai ou não vai, seu lerdo? Olha que eu te passo por cima!"

Depois das motos, os skates e patins, Ou antes? (estamos falando em supremacia). A Paulista é uma espécie de autoescola, vão lá para treinar. Os melhores surfam na calçada entre um pedestre e outro. Uma vez um me disse, "não tá escrito que não pode" e eu respondi, "nem tá escrito que pode..." Descem a Brigadeiro Luiz Antonio na contra mão. De madrugada, na hora que o pessoal volta da balada, é a vez dos carrinhos de rolimã. Na conta-mão, claro.

E agora, as b i c i c l e t a s.... Viva as bicicletas! Bike é o máximo, está na moda. Nos países de primeiro mundo as pessoas usam bicicleta como meio de transporte. Em Amsterdã, que na área urbana que tem 2 milhões de habitantes, funciona. Por que não funcionaria aqui que é só um pouquinho maior? Já chegamos a 12 milhões? Estamos perto. E depois o pessoal é super educado...respeita super.

Domingo a ciclovia da Paulista é inaugurada, todo mundo vai lá pedalar. "Que maravilha"..., dizem, " Agora sim todos viverão em harmonia, carros, ônibus, motos e bicicletas..." diz a jovem animada com o domingo ensolarado.

igualzinho Amsterdã...

E os pedestres, hein? Não aquela turminha de funcionários com crachá e celular na mão que vai almoçar em bando e fica andando bem devagar para fazer a hora do almoço render. Falo dos seres humanos normais que ainda andam a pé para ir trabalhar, ir ao banco, à farmácia, ao cinema, levar o filho na escola...sim muita gente faz isso a pé.

Então, depois dessa horda chega a vez do pedestre. Tá certo que eles não respeitam o sinal de pedestre, ficam aproveitando as brechas. Mas também, pudera! Se fica muito tempo de bobeira dá chance  para os assaltantes...Agora, algum burocrata que jamais andou a pé ,inventou que o vermelho deve logo começar a piscar para o pedestre ficar alerta. Alerta? Jura?Convenhamos que, com esses homens maravilhosos e suas máquinas avassaladoras, fica difícil passar do lado para para o lado ímpar da rua...Falo por mim.