Quando a maturidade chega, vem uma vontade de escrever memórias, como se assim a gente ficasse por aqui para sempre. Além disso, tentar organizar um passado faz com que a gente passe a vida a limpo. Dizem que escrever memórias faz bem, mantém a cabeça ocupada com o projeto, exercita o relembrar. Acho que às vezes a gente fica bem, às vezes não. Para revirar as gavetas do passado é preciso curiosidade, uma certa coragem e muito desprendimento.
Já faz um ano que publiquei meu livro "As Tias, lendas de uma família..." pela Editora Patuá. Isso me fez avaliar o resultado, ou seja a resposta dos leitores. Não são tantos quantos eu gostaria, mas são bons, atentos, generosos nos comentários e nas críticas. Posso dizer que valeu.
Refleti também sobre a
minha escrita, o meu processo de escrever as memórias e como eu me sinto ao
escrever meus textos, sejam eles de um projeto em andamento ou simples crônicas
que posto aqui e ali.
Escrever "As Tias" foi um longo processo mas resultou em um estado de accomplishment. Como traduzir? Plenitude, realização, talvez dever cumprido ou sonho que se realizou às custas de perseverança e determinação. Tive uma fase inicial, quando descobri alguns segredos de família e, com isso, a vontade de querer saber mais sobre as pessoas que não estavam mais aqui. Principalmente minha avó, que pouco conheci, e despertou em mim imensa curiosidade. Na fase da pesquisa, o cuidado de tocar nos assuntos proibidos e tentar entender o como cada omissão afetou seus descendentes. A seguir, foi a fase do quebra-cabeças, juntando peças, ou fragmentos de relatos. As pessoas foram morrendo, nesse meio tempo, e umas histórias soltas foram se conectando com outras.
Escrever "As Tias" foi um longo processo mas resultou em um estado de accomplishment. Como traduzir? Plenitude, realização, talvez dever cumprido ou sonho que se realizou às custas de perseverança e determinação. Tive uma fase inicial, quando descobri alguns segredos de família e, com isso, a vontade de querer saber mais sobre as pessoas que não estavam mais aqui. Principalmente minha avó, que pouco conheci, e despertou em mim imensa curiosidade. Na fase da pesquisa, o cuidado de tocar nos assuntos proibidos e tentar entender o como cada omissão afetou seus descendentes. A seguir, foi a fase do quebra-cabeças, juntando peças, ou fragmentos de relatos. As pessoas foram morrendo, nesse meio tempo, e umas histórias soltas foram se conectando com outras.
Ouvi muitas opiniões de leitores beta, professores e
escritores. Travei. Deixei o livro de lado por algum tempo e marquei uma data
para fazer a revisão final. Nesse meio tempo, pensei que o livro era meu e que
assumiria toda responsabilidade pelo conteúdo e qualidade do texto. As opiniões
foram todas válidas, mas escrevi como eu mesma achava que deveria ser. Nessa
revisão, limpei tudo o que indicasse julgamento ou preconceito de minha parte e
assim pude perceber quanto amor existiu nessa família de imigrantes e seus
descendentes.
Escrever sobre a história da família de minha mãe me fez
bem. Foi uma sublimação dos ressentimentos que juntei durante minha própria
vida, foi um passar a limpo muito benéfico. Senti que todas aquelas pessoas
estavam ali comigo e que elas também estavam se sentindo bem. Tive uma longa
depressão “pós-parto” e depois de quase um ano decidi que o que eu quero fazer
da vida de agora em diante é escrever. E tudo que diz respeito ao hábito de
escreve: ler, estudar e estar com pessoas que tenham o mesmo interesse que eu.
Acredito que escrever “literatura” me faz bem. Escrevo todos
os dias. Escrevo o que eu quero que os outros leiam no computador. Depois
transformo em livros, contos, cônicas, mini contos e publico algumas coisas.
Porém, tenho cadernos e mais cadernos de escrita a mão, com canetas coloridas (
ou não, depende da fase) onde escrevo o que não quero que leiam. Geralmente são
cadernos bonitos, brochuras com capa de tecido ou belas estampas onde escrevo
para mim, para minha reflexão e autoconhecimento. Às vezes o processo é um
pouco doloroso, mas não tenho censura, ponho para fora o que me aflige.
Escrever assim também me faz bem.
2 comentários:
Sandra desde q Vc me presenteou com seu livro ainda morando em SP ,acho que já faz uns 7,8 anos q tenho acompanhado seus escritos .Espero que um dia vc decisão publicar esses cadernos também ! Abs
Olha só que coisa linda de se ouvir... Pois me aguarde, tenho 2 livros a caminho. bjs
san
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