06 fevereiro 2011

Domingo

Saio decidida a começar bem o dia. Tênis, roupa folgada, chapéu e óculos. Desço a ladeira em passos largos. Demoro a travessar a avenida, mas me animo ao ver o lago. Procuro não olhar para os alpinistas de Brecheret para não perder o humor.

As árvore, em família, regozijam-se em verdes limpos pela chuva do dia anterior. Gosto disto.

Escolho uma trilha no meio da vegetação e caminho por ela um tempo, encantada com as nesgas de luz desenhadas pelo sol da manhã. Em certo momento não posso evitar o caminho do asfalto e é aí que eu me arrependo de ter saído de casa. desviando de velocípides, skates e cachorros, aperto o passo procurando seguir o fluxo que vai, cuidando para não me engastalhar nos apressados do fluxo que vem. Mal aprecia a paisagem. Tenho a impressão de que a cidade inteira teve a mesma ideia que eu.

Mulheres maquiadas e vestidas de griffes da cabeça ao tênis, cabeludos sem camisa balançando a barriga, ciranças histéricas exageram no choro e na alegria, casais irmanados pela longa convivência, cárdiobubdas se equilibrando em micro selins. Um circo.

Estou quase terminando a volta no lago e logo vou atravessar a avenida novamente. Uma subida me espera. Será que eu dou conta? E os aplinistas continuam fazendo a festa do desrespeito à arte.

Um comentário:

Carol Gregori | São Caetano disse...

será que dá prá falarmos o tempo todo sobre isso? quem sabe alguém lê e acha que é mesmo feio subir no monumento? ou será que uma queda feia, tipo uma tragédia, irá mudar esse hábito horrível? vamos continuar falando.