07 junho 2008

crônica - 1500

Senso de Direção À Brasileira

Você toma um táxi no aeroporto e diz ao motorista: “Eu vou para a rua Sampaio Viana, esquina com Oscar Porto. Sabe onde fica?” No máximo, ele vai perguntar se é no Paraíso, porque tem uma rua Sampaio Vidal em Pinheiros. Incrível!

Não temos uma cultura de usar os pontos cardeais, para nos localizarmos e as pessoas conhecem as ruas por nome. Como se ainda não bastasse, uma rua começa com um nome e termina com outro, às vezes mais de uma vez. Geralmente, para se fazer uma conversão, dá-se uma grande volta. Com um povo com essas características, uma quantidade absurda de carros nas ruas, como padronizar a sinalização de uma cidade como São Paulo? Difícil, mas possível.

Temos um bom sistema de sinalização. Porém, é bom para nós paulistanos que aprendemos a traduzir, mas fico com pena dos visitantes. Quando os parentes vinham do Rio de Janeiro, meu sogro costumava encontrá-los no final da via Dutra, mas quase sempre todos se perdiam e eram horas para chegar em casa. Eu ficava aflita todas as vezes, mas parece que se perder pela cidade fazia parte do programa.

Fico imaginando um americano, por exemplo, de uma cidade como Miami, onde todas as ruas estão no sentido leste oeste e todas as avenidas, no sentido norte sul, sem curvas ou ladeiras, perdido na marginal Tietê. E o nome dos lugares? Tucuruvi, Anhangabaú, Aricanduva e por aí vai.

Que esta crônica seja um tributo aos motoristas de táxi, que nos levam a toda parte, no meio desse caos que é a nossa cidade.

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