16 agosto 2011

Justiça ? Depende.

 Vamos imaginar que uma menina estudiosa queira ser juíza e que, desde os primeiros anos seja sempre a primeira da classe, a queridinha da professora, com direito a levar maçã e ser ajudante da classe. É claro que a garota exemplar é o orgulho do papai e da mamãe, sempre arrumadinha, bem comportada, nunca dá trabalho nenhum.

Adolescente, continua um amor, só estudando, os livros são seu universo. Entra na faculdade com 16 anos e se destaca por seus trabalhos sempre individuais, se recusa a pertencer a qualquer grupo. Gradua-se com láurea acadêmica e vai em busca do sonho da magistratura. Dedicada, é claro, não tem tempo nem para namorar. Presta concurso e passa em primeiro lugar. Perfeito!

A partir  daí, totalmente protegida pela teoria e pela capacidade de passar em provas está preparada para preservar a dignidade humana, defender as liberdades públicas, buscar a pacificação social, resolver sabiamente conflitos entre pessoas e bens da vida como a liberdade, o patrimônio, a honra e outros mais complexos !!!

Aos vinte e poucos anos, cabe a ele decidir qual das partes têm o direito, de acordo com a legislação.
Que ela entende de leis, papleada e burocracia, não há dúvidas.

Mas o que ela entende da vida para julgar divórcios complicados, crianças fragilizadas, segundas esposas perversas, ou namorados cafagestes?

Será que um dia ela sentiu na carne ter que trabalhar 10 horas por dia para alimentar bocas famintas, chegar em casa fazer o jantar, acompanhar a lição e preparar as lancheiras para o dia seguinte enquanto o ex viaja para a Europa com a namorada ? Ou será que ela sabe o que é ser trocada por uma perua que detesta seus filhos? Talvez ela conheça bem o termo alienação parental, mas será que ela já sentiu de verdade o que é ser caluniada?  Pois é, a vida assim e a justiça é cega, surda e muda.







2 comentários:

Tânia Tiburzio (TT) disse...

Sabe por que a justiça é falha? Porque é humana. Por que os juízes são humanos, são como eu e você, cheio de limitações e vivências. E se fosse o contrário, se a juíza tivesse tido uma vida extremamente dura, tivesse sido abandonada pelo pai ou coisas assim. Seu julgamento também mudaria, não? Talvez ela descontasse toda a raiva do mundo na próxima sentença e isso também não seria justo. É difícil aceitar, mas eu ainda prefiro uma justiça de homens à uma justiça de máquinas. Beijos.

Sandra Schamas disse...

é verdade Concha...doa males ainda o menor...bj san