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Se não parecesse exagerado amor à palavra, eu diria que educar alguém é, numa só frase: permitir-lhe o encontro com a palavra. Não só no que diz respeito à alfabetização, à ampliação do vocabulário, à apreensão das regras gramaticais sobre ortografia, conjugação, pontuação etc., ou mesmo à compreensão de termos técnicos que ajudam um profissional a dominar o seu ofício. Tudo isso é relativamente importante. "O encontro com a palavra é mais do que importante: é essencial." (Literatura & Educação, pp. 22-23) |
HOMO LOQUENS
A palavra jamais morrerá
Por Gabriel Perissé em 30/10/2006
Navegar no oceano das imagens, clicar em ícones, televisar horas seguidas, internetar noite adentro, brincar com algum joguinho no celular, nada disso eliminará o signo verbal. Somos seres verbais, mesmo calados estamos falando, e na sala aula continua vigente a palavra, para que possamos argumentar, criticar, dialogar, conhecer.
Se uma imagem vale por mil palavras (ou talvez menos...), uma palavra também pode esclarecer, justificar a imagem. A foto legendada evidencia que nem tudo é evidente na foto. A propaganda com a imagem imensa... sempre carece de uma palavra. Ainda é um sonho de milhares chegar a escrever livros, fazer de suas idéias um conjunto de frases impressas em busca de leitores.
Existem livros mudos, sem texto, na TV assistimos a cenas que dispensam comentários, mas sempre de novo recorreremos às palavras, essas parábolas, essas "coisas" faladas e escritas que se põem paralelas ao real, e que ao real conferem sentido humano.
O gesto diz tudo, mas é a palavra que diz o quanto o gesto diz. A pintura, linguagem autônoma, e sabemos quanta linguagem para falar do pictórico, explicar o pictórico, apresentar o pictórico! Por mais que as cores, o movimento e os sons comuniquem, à palavra continua cabendo colorir, movimentar, sonorizar o nosso pensamento.
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