12 outubro 2008

Orgia Literária ou Prazeres do Texto Grupal

Nos primeiros momentos, todos estavam reservados. Mesmo os que já haviam passado pela experiência procuraram se conter e deixar os novatos se manifestarem. Não eram tímidos, ao contrário, estavam no grupo buscando a mesma coisa que os demais. O diferencial era ser um grupo com mediadoras, novas, mas experientes (no mínimo, para não se escandalizarem com o que iria rolar…e rolou!) O erotismo era sempre sugerido. Que assim fosse!

Antes das preliminares, brincaram de médico: ‘mostra o meu que eu mostro o seu’. Começaram as afinidades, os olhares cúmplices e as identificações. Os mais descontraídos se despiram logo, foram aplaudidos, para alegria dos voyers. Poucos, porém, estavam ali só para olhar. Cada um no seu estilo buscava um ritmo, esperava a reação dos outros, tentava agradar, respeitando diferenças e preferências. Um grupo coeso.

O prazer podia estar em ouvir, contar, descrever detalhes ou se entregar sem reservas. Havia quem se denominasse visceral. Os que se escondiam atrás do véu do puritanismo, no final acabaram entrando na dança. (Não chegaram a tirar os sete véus, porém um veuzinho aqui, outro ali, foram se soltando.) ‘Rapidinho’, sem dúvida, era a preferência, principalmente no final. Era um tal de ‘agora eu, rapinho!’ e chegavam a brigar pela vez. Até as mediadoras entraram nessa: ‘Rapidinho, gente, por favor’.

As horas determinadas para as atividades nunca eram suficientes e pequenos sub grupos continuavam em outro lugar. A proposta de se reunir apenas uma vez por semana foi quebrada. Houve casos de encontros entre uma reunião e outra, sempre com o objetivo de prolongar o prazer (que podia ser também gastronômico, visual ou intelectual).

Hoje é o último encontro desse segmento. Vamos continuar porque vale muito a pena: a gente espia e se expõe sem pensar em idade, a gente rejuvenesce, se atualiza, se renova. É sempre um prazer. Que haja êxtase!