10 julho 2013

Descendo a serra

Na janela, a natureza passa depressa como um rolo disparado...mato, rocha, planta, barranco, mato, pedra, terra, planta. De repente, a lua. Enorme e amarela, de um brilho fosco e perolado. Lua, mato, barranco, pedra, terra, planta. Lua amarela derramando pérola líquida no mar. Céu de cetim cinza chumbo, montanha de veludo preto, pedrinhas de cristal em forma de trio, de cruzeiro, do que eu quiser. O rolo de natureza me hipnotiza, lembranças tonteiam, adormeço.

Acordo com a lua alta, agora branca quase azul, com seu véu de noiva turbulento se arrastando e branqueando o mar. Paraty. Mochila pesada, as pedras das ruas, a casa colonial, o jardim. Tomo banho de lua e respiro liberdade. Passeio na cidade, ouço música, tomo vinho, passeio no beira rio. Não quero dormir, não quero falar, não quero nem me mexer. Quero apenas ser.

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